Mateus

Quem escreveu o livro?

Embora Mateus não tenha assinado o seu próprio nome no “seu” Evangelho, a igreja primitiva unanimemente atestou a autoria do livro ao apóstolo. Já em 140 d.C., um cristão chamado Papias escreveu que Mateus havia compilado as palavras do Senhor em hebraico (presumivelmente antes de Mateus traduzi-las para o grego a fim de atingir um público maior).

O nome de Mateus aparece em todas as listas bíblicas dos doze apóstolos, embora Marcos e Lucas referiram-se a ele como Levi. Sua história como um cobrador de impostos distingue-se dos outros apóstolos e, logo após o seu chamado para seguir Jesus, em um evento que ele registrou em Mateus 9:9, ele organizou uma festa para Jesus em sua casa com uma lista de convidados composta por seus amigos pecadores. Aparentemente, Mateus não achava estranho que Jesus e ele iriam se associar com os pecadores e oprimidos da sociedade.

Qual o contexto?

Mateus é o mais judaico dos quatro evangelhos. O apóstolo invocou regularmente os escritos dos profetas do Antigo Testamento, em um esforço para ilustrar a identidade de Jesus como o Messias esperado por Israel.

No entanto, o Evangelho de Mateus tem sido notoriamente difícil de datar. Vários fatores apontam para uma data que varia de 60 a 65 d.C. Primeiro, o livro não faz nenhuma menção à destruição do templo, um evento que ocorreu no ano 70 d.C. Esse evento cataclísmico provavelmente teria recebido algum comentário, especialmente em um livro tão claramente influenciado pelo judaísmo. O caráter principalmente judaico do livro também sugere que ele foi escrito numa época em que a maior parte do evangelismo feito pelos cristãos foi dirigida mais exclusivamente aos judeus, algo que se tornou cada vez menos comum com o passar das décadas. Finalmente, muitos eruditos acreditam que Marcos era o primeiro Evangelho composto, tornando assim mais provável que Mateus tenha sido escrito logo depois.

Por que esse livro é tão importante?

O apóstolo Mateus, como um judeu, ofereceu uma perspectiva decididamente judaica sobre o ministério de Jesus. Ele incluiu mais de cinquenta citações, além das alusões indiretas, do Antigo Testamento. Isso ultrapassa qualquer dos outros evangelhos e indica que Mateus tinha a população judaica em mente quando ele se sentou para escrever. As extensas conexões que Mateus fez entre Jesus e o Antigo Testamento fornecem uma ampla evidência profética para o ministério de Jesus, mas também dá aos leitores contemporâneos um vislumbre de como os leitores do primeiro século se aproximaram do Antigo Testamento com uma mentalidade centrada em Cristo.

Além disso, o Evangelho de Mateus responde à pergunta na mente de todos os leitores judeus: “Se Jesus é o Rei dos Judeus, então onde está o reino prometido de Deus?” Mateus revela que Jesus realmente ofereceu o reino a Israel, mas a oferta foi rejeitada (Mateus 4:17; 16:13-28; 21:42-43). O trabalho principal de Deus no mundo de hoje é realizado através da edificação da igreja de Cristo, e depois disso Jesus virá novamente à terra e estabelecer Seu reino, governando o mundo em Israel.

Qual é a ideia principal?

Mateus escreveu seu relato do ministério de Jesus para mostrar que Jesus era e é de fato o Rei, o tão aguardado Messias de Israel. Ele refletiu essa preocupação em sua linha de abertura, “Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mateus 1:1). A partir daí, Mateus consistentemente levou seus leitores de volta ao Antigo Testamento, fornecendo o testemunho desse testamento sobre o nascimento de Jesus, Belém como o local do nascimento de Jesus, a fuga para o Egito, a matança dos bebês de Herodes, e o início do ministério de Jesus. Em um mundo onde muitos na comunidade judaica reivindicaram o papel de Messias para si, o compromisso de Mateus em fundamentar a vida de Jesus no Antigo Testamento elevou Jesus acima da multidão desses falsos messias. O apóstolo pintou um retrato do nosso Senhor que destaca Sua singularidade entre todos os outros que já andaram nesta terra.

Como colocar em prática?

Depois de suportar 400 anos de silêncio profético, o povo de Deus deve ter se perguntado se Ele os abandonara ou não. Depois de séculos de uma comunicação regular de Deus, as pessoas se viram sem um verdadeiro profeta ou porta-voz de Deus. No entanto, os ministérios de João e Jesus lembraram o povo de Deus que Ele não havia se esquecido deles. O silêncio de Deus durante esse período era apenas um precursor para puxar o eixo central de Seu plano redentor. Deus não havia esquecido — Ele se lembrou do Seu povo. Mateus deixou isso bem claro.

Foi verdade naquela época, e certamente é verdade hoje. Você já se sentiu como se Deus tivesse abandonado você ou sente que Ele fica em silêncio diante de seus pedidos? Como lemos nas páginas de Mateus, não só vemos Jesus Cristo revelado como o Rei e Messias de Israel, mas Sua vinda à terra como Deus em carne nos lembra de Seu profundo amor por nós. Agora ressuscitado e ascendido, o Senhor Jesus estará sempre conosco, até o fim dos tempos (Mateus 28:20).

A comissão de Cristo para os Seus seguidores ainda é o Seu mandamento para nós hoje: “Façam discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19). A obra de Cristo de edificar a Sua Igreja é a obra que Ele faz através de cada um de nós.

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