As nuvens de tempestade se juntam. O problema é que elas são do tipo errado. Precisamos desesperadamente de chuva, mas aquelas nuvens não carregam chuva. Precisamos de refrigério e renovação na alma, uma espécie de alívio interior. Como você se sente quando uma súbita cobertura de nuvens bloqueia os raios ardentes do sol e sopra uma brisa fria em toda a volta do seu pescoço. Mas as nuvens de tempestade a que me refiro não trazem alívio.
Essas nuvens são deprimentes, não muito diferentes do tipo que Winston Churchill descreveu em seu primeiro de seis volumes sobre a Segunda Guerra Mundial, que ele publicou em março de 1948 subsequente àquele conflito terrível. Curiosamente, ele intitulou aquele volume inicial de A Aproximação da Tempestade. Eu não consigo esquecer dequela descrição habilidosa e concisa dos meses antecedentes ao ataque nazista, que em última análise arrasou grande parte de Londres: “o futuro estava carregado de maus presságios”. Então, em uma brevidade eloquente, o primeiro-ministro lembrou como Fuhrer chegou ao poder: “as forças poderosas estavam à deriva; o vazio estava aberto, e dentro do vazio depois de uma pausa lá caminhava um maníaco de gênio feroz, o repositório e expressão dos ódios mais virulentas que já corroeu o peito humano, o Cabo Hitler”.¹
Ao redor do mundo hoje, homens com traços semelhantes direcionam suas ditaduras com sede de poder ou insurreições com o mesmo sadismo ilógico e determinação cruel. O que vai acontecer a seguir é uma incógnita, que só escurece as nuvens densas sobre nós.
Nuvens de tempestade sem chuva. Nuvens de guerra sem alívio.
Depois, existe um pessimismo sempre presente na economia. Notícias de grandes cortes do setor, o aumento das taxas de desemprego e todas as fofocas exageradas que giram em torno dos almoços de negócios e noticiários noturnos que espalham uma atmosfera de pessimismo sombrio enquanto nos focamos no nosso próprio “futuro azarado”.
Essas nuvens não apenas lançam as sombras sinistras de mal-estar, eles reproduzem o pessimismo. E, a não ser que eu erre no meu palpite, muitos de vocês estão prestando mais atenção à notícia ruim de acordo com a Globo, do que à boa nova segundo Cristo Jesus, o nosso Senhor. Vocês são melhores alunos da geografia mundial, pesquisas públicas e análise dos nossos tempos do mercado de ações do que da mão soberana de Deus nos assuntos mundiais e Seu plano profético.
Só para que vocês não se esqueçam, Ele ainda está no comando. Como o profeta Naum afirmou com tanta confiança:
“O Senhor é muito paciente, mas o seu poder é imenso; o Senhor não deixará impune o culpado. O seu caminho está no vendaval e na tempestade, e as nuvens são a poeira de seus pés”. (Naum 1:3 NVI).
Pare. Leia de novo, só que dessa vez mais devagar.
Quando Deus está no foco claro, a Sua presença poderosa ofusca nossos medos. As nuvens tornam-se nada mais do que “a poeira de seus pés”.
Todavia, o conseguir ver acima das nuvens não vai acontecer sozinho. Não enquanto nós continuamos alimentando as nossas mentes com as doses diárias de loucuras da mídia e pessimismo político. Precisamos libertar os nossos medos e refrescar nossas almas enquanto nós passamos o tempo na presença silenciosa do Senhor vivo.
Quando fizermos isto, então seremos capazes de levar a vida com um coração mais leve, uma melhor visão e um espírito mais calmo. Descobriremos de novo quão lindamente a verdade pode nos libertar.
Eu não posso prometer que as nuvens vão embora, mas posso garantir que você não será o mesmo. As nuvens densas da tempestade não se dispersam em um instante… mas aprendendo a ver acima delas, você mudará. E, em última análise, isso é o que conta, não é? Não remover as nuvens, mas ver acima delas.
- Winston S. Churchill, The Second World War: The Gathering Storm (Boston: Houghton Mifflin, 1976), 5, 11.
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