Tiago 3:6-8
A língua – quantos contrastes! Para os médicos é somente uma mucosa que reveste um complexo sistema de músculos e nervos que permitem ao nosso corpo mastigar, provar e engolir. É o maior órgão da comunicação, e que nos permite articular sons distintos para entendermos uns aos outros.
Sem a língua, nenhuma mãe conseguiria cantar para que seu filhinho dormisse à noite. Nenhum embaixador poderia representar adequadamente o país. Nenhum professor poderia alcançar a mente dos estudantes. Nenhum pastor conseguiria confortar os espíritos atribulados. Todo o nosso mundo se reduziria a grunhidos e dúvidas. Raramente paramos para pensar sobre quão realmente valioso é esse estranho músculo de nossa boca.
Mas a boca é tão volátil quanto vital. Washington Irving foi o primeiro a dizer: “Uma língua afiada é o único instrumento de corte que se torna mais afiado com o uso constante”. Tiago, meio irmão de Jesus, foi o primeiro a alertar:
“A língua é um fogo… É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero.” (Tiago 3:6-8)
E não se parece nem um pouco com a fera brutal que é. Habilmente escondida atrás de portões de marfim, seus movimentos são intrigantes. Ela pode enrolar-se para um assobio camarada ou comandar um bocejo preguiçoso à tarde.
Mas cuidado! É só o seu dedão ser acertado por um martelo, ou o seu dedinho ser preso pela cadeira, que essa criatura escorregadia que fica em sua boca subitamente mostrará o lado violento de sua natureza.
É indomável. Ela desafia a domesticação. Podemos treinar falcões para pousar em nossos braços, cachorros para buscar nosso jornal, elefantes para se equilibrar sobre barris e tigres para sentar em tambores. Mas a língua? Impossível de se treinar!
Muitos homens ofereceram conselhos sobre como manter nossas línguas engaioladas.
Um filósofo grego admitiu: “Eu me arrependo frequentemente da minha fala, nunca do meu silêncio.”
O rei Davi é até mais sincero: “Vigiarei a minha conduta e não pecarei em palavras; porei mordaça em minha boca.” (Salmo 39:1)
Isso é o que precisamos fazer. Colocar uma mordaça justa e atenta nesse músculo de nossa boca. Arriar tão esperta criatura requer uma mente determinada. Com a ajuda de Deus, execute esses três passos iniciais:
Pense primeiro. Antes de movimentar os seus lábios, pare por dez segundos e mentalize suas palavras. Elas são precisas ou exageradas? Benéficas ou más?
Fale menos. Suas chances de estragar tudo são diretamente proporcionais à quantidade de tempo que você passa de boca aberta.
Comece hoje. Coloque a focinheira na sua boca agora. É um projeto que você já adiou por muito tempo.
Quem é cuidadoso no que fala evita muito sofrimento. (Provérbios 21:23)
Trecho retirado de Crescendo nas estações da vida de Charles R. Swindoll. © 2003 Charles R. Swindoll Inc. Todos os direitos mundialmente reservados. Usado com permissão.