Quem escreveu o livro?
O texto de Juízes não dá nenhuma indicação de quem escreveu o livro, mas a tradição judaica nomeia o profeta Samuel como o autor. Homônimo de 1 e 2 Samuel, Samuel foi o último dos juízes, um dos líderes especiais a quem Deus levantou durante este período do tempo para resgatar Seu povo. Os juízes não supervisionaram as questões meramente legais, como em nosso entendimento do papel; suas tarefas frequentemente incluíam a autoridade militar tanto quanto a administrativa.
Por que Samuel? O autor de Juízes certamente viveu nos primeiros tempos da monarquia. A declaração recorrente, “Naquela época não havia rei em Israel” (Juízes 17:6; 18:1; 19:1; 21:25), aponta um contraste entre os acontecimentos dos eventos no livro e do momento da sua escrita. As pistas internas sugerem que o livro foi escrito antes de Davi estabelecer o seu trono em Jerusalém (1.004 a.C.), porém depois de Saul ser ungido como o rei (1.051 a.C.) (compare Juízes 1:21 com 2 Samuel 5:6-7, e Juízes 1:29 com 1 Reis 9:16). Além disso, Samuel era conhecido por escrever ocasionalmente (1 Samuel 10:25).
Qual o contexto?
Nós enxergamos Juízes tanto como um período de tempo quanto como um livro da Bíblia. O período dos juízes começou depois da morte de Josué no início do século XIV a.C. (Josué 24:29) e continuou até que Saul foi coroado como o rei de Israel pelo profeta Samuel em 1.051 a.C. (1 Samuel 10:24). O livro de Juízes atua como a sequência do livro de Josué, ligado por relatos comparáveis da morte de Josué (Josué 24:29-31; Juízes 2:6-9). Os eventos dentro do livro de Juízes abrangem a amplitude geográfica da nação, acontecendo em uma variedade de cidades, vilas e campos de batalha. Os estudiosos acreditam que alguns dos juízes governaram simultaneamente em regiões geográficas distintas. As tentativas de calcular a quantidade exata de tempo coberto em Juízes não são conclusivas, mas em geral, o livro começa logo após a morte de Josué e termina poucos anos antes da entrada de Samuel em cena, um período de aproximadamente 300 anos.
Os conteúdos de Juízes provavelmente não foram escritos em ordem cronológica. Os poucos capítulos finais (Juízes 17-21) dão uma visão geral do clima moral durante aqueles dias e, ao invés de ocorrerem após o período dos juízes listados no início do livro, eles provavelmente aconteceram em torno dos tempos de vários juízes mencionados no capítulos anteriores.
Por que esse livro é tão importante?
O tempo dos juízes provocou grande renúncia em Israel. A nação sofreu a turbulência política e religiosa enquanto o povo tentava possuir as partes da terra que ainda não haviam sido totalmente conquistadas. As tribos lutavam entre si, bem como, quase exterminaram as tribos de Manassés (Juízes 12) e Benjamin (20-21). O padrão de comportamento no livro de Juízes é claro: o povo se rebelava através da idolatria e incredulidade, Deus trazia julgamento através da opressão estrangeira, Deus levantava um libertador, ou juiz, e o povo se arrependia e voltava-se para Deus. Quando o povo caía em pecado, o ciclo começava de novo.
Ironicamente, neste livro encontramos muitos heróis da fé: Otniel, Gideão, Sansão, Sangar, Débora, Jefté, Eúde... indivíduos com defeitos que responderam ao chamado de Deus para libertar os israelitas de forma às vezes dramática. O livro inclui as cenas mais gráficas, violentas e perturbadoras de toda a Bíblia, algumas em nome da justiça, outras em nome do mal.
Qual é a ideia principal?
A mensagem principal de Juízes é que Deus não vai permitir que o pecado fique impune. Como foi estabelecido em Êxodo, Israel era o povo de Deus e Ele era o seu Rei. Eles haviam abandonado a aliança estabelecida no Monte Sinai. Em Juízes, Ele lhes disciplinava por seguirem outros deuses, desobedecerem Suas leis sacrificiais, engajarem-se em imoralidade flagrante e caírem em anarquia, às vezes. Porque eles eram o Seu povo, Ele ouvia seu choro e pela misericórdia levantava líderes para libertá-los. Infelizmente, mesmo aquelas pessoas piedosas não exerceram influência suficiente para mudar a direção da nação. A incapacidade do povo de resistir às influências pecaminosas dos cananeus finalmente revelou o seu desejo de uma monarquia centralizada, liderado por um rei justo que Deus escolheria como Seu intermediário.
Como colocar em prática?
A memória é um presente. Relembrar o passado nos ensina inúmeras lições sobre como viver hoje. Os israelitas esqueceram. Eles não se lembraram dos acontecimentos milagrosos que os trouxeram à sua terra ou da aliança que os uniu ao seu Deus. Mas Deus não se esqueceu da Sua aliança, e por causa do Seu grande amor por Seu povo, Ele disciplinou Seus filhos pecadores para que eles pudessem voltar a Ele.
Você esqueceu as grandes obras que Deus tem feito em sua vida? Talvez as circunstâncias difíceis estão subjugando a sua fé. Você se sente como se Ele estivesse disciplinando você agora? Saiba que Ele repreende aquele a quem ama (Hebreus 12:5-11). Volte para Ele. Lembre-se, confie e obedeça. Ele está esperando de braços abertos.
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