(João, 10:14)

Os avanços tecnológicos abriram janelas para novas formas de relacionamento. Os celulares deixaram de ser um item de luxo para se tornarem apêndices eletrônicos. Os e-mails se tornaram nosso endereço principal. E o que dizer das redes sociais e suas inusitadas interações entre indivíduos? Parece que nunca estamos sozinhos, sempre a um clique de distância de alguém.

No entanto, mesmo com tantos recursos, muitos se queixam da superficialidade dos relacionamentos. Uma superficialidade que ameaça reduzir os indivíduos a meras sequências alfanuméricas. 

Como consequência de tudo isso, cresce o sentimento de que o universo é silencioso e impessoal — uma sensação frustrante e desesperadora, que parece condenar todos a uma angústia pessimista. 

Quando Jesus diz “eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem”, Ele rompe o silêncio do universo impessoal. Ele, que é infinito e sempre presente, estende sua mão ao homem moderno em sua angústia, propondo um relacionamento pessoal num tempo fragilizado pela superficialidade. 

Nós não somos um número para Deus. Ele nos conhece como indivíduos, com todas as nossas particularidades. Ele, o criador do universo, se fez carne, assumindo a natureza humana, e se identificando com sua criação para que o relacionamento entre criador e criatura fosse íntimo, profundo e transcendente. 

Essa verdade nos consola e também nos convida: consola porque desfaz a solidão interior que tantos sentem, e convida porque nos chama a viver em resposta a esse amor pessoal.

Deus não nos compreende com base em uma análise, em uma observação de laboratório, a partir de uma constatação. Ele o faz com a propriedade de quem experimentou as mesmas coisas que nós. Não seguimos um Deus distante, mas um Pastor que caminha conosco, que nos chama pelo nome, que se importa com cada detalhe da nossa jornada. Deus nos conhece muito melhor do que nós mesmos, e, por nos conhecer desta forma, pode se relacionar conosco como um pastor cuidadoso, e, em suas mãos, temos segurança e paz. Enquanto caminha conosco, sua voz nos acalma e o seu toque nos cura as feridas, até mesmo aquelas que tentamos esconder, pois o bom pastor conhece suas ovelhas, e Jesus é o nosso bom pastor.

Em tempos de vínculos frágeis e relações líquidas, ser conhecido por Deus é um alicerce firme. E reconhecer a voz d’Ele no meio do ruído do mundo é o que renova nossa identidade e dá sentido ao nosso viver.

“Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem.” (João, 10:14)

Oração

Pai querido, que eu possa, todos os dias, me lembrar que nunca estou só. Acalme o meu coração e abra meus ouvidos para Tua voz, pois o que me liga a Ti é muito maior que qualquer relacionamento humano. Tu és meu pastor, meu Senhor, o dono da minha vida e o meu amigo em todas as circunstâncias. Obrigada, Senhor.