Efésios 2:1-7; I Timóteo 1:12-13
O maravilhoso da misericórdia é que ela é demonstrada tanto ao ofensor quanto à vítima. Quando o ofensor percebe seu erro, Deus entra com a misericórdia. Quando a vítima precisa de ajuda para prosseguir, Deus oferece misericórdia.
“Mas Deus”, diz o apóstolo, “sendo rico em misericórdia”. O elo entre o Deus santo e a pessoa pecadora é o amor de Deus. Ele coloca sua graça em ação e esta, por sua vez, faz sua misericórdia entrar em cena. São como peças de dominó divino que batem umas nas outras. Ele nos ama não por possuirmos alguma coisa em nosso interior, mas por algo que está dentro dele. Em seu amor, Deus demonstra sua graça, a qual nos traz perdão. E no topo de tudo isso, a graça leva à misericórdia, e lá está: alívio!
Para trazer as coisas para um âmbito mais pessoal, dê uma olhada no próprio testemunho de Paulo em I Timóteo 1:12-13:
Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério,
a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade (…)
Em Efésios 2, ele escreve sobre todos. Em I Timóteo 1, ele escreve sobre si mesmo.
Leia devagar essas três descrições da vida anterior de Paulo:
Primeiro ele diz: “eu era blasfemo”. A palavra quer dizer “aquele que insulta com blasfêmias”. “Eu insulto o povo de Deus. Eu não gostava dos cristãos. Eu os acusava de crimes contra Deus. Eu era blasfemo”.
Segundo, “eu era perseguidor”. Ele usava de todos os meios disponíveis na lei judaica para ferir, humilhar e até mesmo aniquilar cristãos.
E, por fim, a terrível constatação: “eu era insolente”. A palavra grega indica um tipo de “sadismo arrogante”. Ela descreve uma pessoa que sai para infligir dor ou injúrias por simples prazer.
Normalmente não é isso o que nos vem à mente quando pensamos em Paulo, mas é assim que ele descreve a si mesmo diante de Cristo. E antes que você comece a contar vantagem ou balançar a cabeça diante de Paulo dizendo “que vergonha”, saiba que a mesma natureza está dentro de você. Pode ser que ela não se manifeste dessa forma nem com essas ações, mas ela se mostra de outras maneiras.
A maioria de nós é capaz de se lembrar de atos de crueldade que já cometemos. O que é verdadeiro para o apóstolo também o é para nós. Deus demonstrou misericórdia com Paulo e faz o mesmo por nós (que alívio!).
Trecho retirado de O mistério da vontade de Deus de Charles R. Swindoll. © 2001 Charles R. Swindoll Inc. Todos os direitos mundialmente reservados. Usado com permissão.