(Mateus 7:1 e 2)

Um fenômeno curioso tem se manifestado nos dias atuais dentro da igreja: a crítica ao cristianismo, com base num pensamento iluminista. 

O Iluminismo foi um movimento intelectual dos anos 1600 e 1700, que exaltava a razão como o principal meio de conhecimento e progresso humano. Seus pensadores consideravam a Igreja um obstáculo, e criticavam o cristianismo por conta de sua influência sobre a sociedade e suas doutrinas baseadas na fé, em contraste com a ênfase iluminista na racionalidade.

Hoje, encontramos fervorosos defensores do mesmo pensamento dentro da Igreja. Não estamos falando de fiéis feridos ou desencantados, mas de cristãos que acreditam estar prestando um serviço à fé, enquanto criticam a própria Igreja. Eles não veem suas ações como um ataque ao cristianismo, mas como um esforço para libertá-lo do que consideram um entendimento de fé distorcido. Como justificativa, recorrem a Lutero, mas interpretam sua história e seus propósitos de maneira equivocada. Embora tenha desafiado a autoridade eclesiástica, o pensamento de Lutero estava enraizado na fé cristã e na centralidade das Escrituras.Ele não foi um crítico da igreja como instituição, mas sim das práticas que corrompiam a essência da fé.

A Reforma não teve como objetivo romper com a fé cristã, mas sim transformá-la, corrigindo distorções sem destruir a estrutura fundamental da Igreja. O exame contínuo que o cristianismo faz de si mesmo é legítimo e necessário, mas difere profundamente da postura daqueles que se limitam a apontar falhas sem oferecer caminhos para a edificação.

O compromisso com a verdade bíblica e com o próximo exige uma fé apaixonada, mas também madura e equilibrada. William Carey, missionário britânico reconhecido como “pai das missões modernas”, exemplificou isso. Em vez de apenas criticar a falta de ação missionária em sua época, tornou-se agente da mudança, criando um modelo de sociedade missionária que transformou a Igreja para sempre.

Deixo aqui o convite: envolva-se. Em vez de apontar falhas à distância, contribua com amor e compromisso, edificando a igreja de Cristo ao invés de apenas condená-la.

“Não julguem, para que vocês não sejam julgados, pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados, e a medida que usarem também será usada para medir vocês.” (Mateus 7:1 e 2)

Oração

Senhor, Dá-me olhos para ver a Tua Igreja com o Teu olhar — não apenas como ela é, mas como ela pode ser em Ti. Que eu seja instrumento de edificação, não de divisão. Que minha voz seja guia, não acusação. Que minhas atitudes reflitam a graça que recebo de Ti todos os dias.
Em nome de Jesus. Amém.