A raiz da amargura

(Hebreus 12:15)

Há algum tempo, li a história de um homem que foi capturado e feito prisioneiro no Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Ele passou muitos anos encarcerado e, durante o cativeiro, foi brutalmente golpeado por um soldado inimigo, e isso o deixou parcialmente paralisado pelo resto da vida.

Desde então, suas conversas giravam em torno desse episódio. Suas palavras eram carregadas de ressentimento, e, sempre que descrevia as torturas, era como se estivesse vivendo tudo de novo.

Para ele, era como se a guerra nunca tivesse terminado. Por dentro, continuava travando uma batalha que já havia ficado para trás há anos. Mesmo após ser resgatado, conseguir retomar seu trabalho, construir sua família, ainda assim, permanecia prisioneiro da amargura.

Sem dúvida, sua história nos convida à compaixão, pois é impossível imaginar o tamanho da dor com que ele conviveu.

A amargura é uma árvore de raízes profundas. Ela brota da semente do ressentimento, cria raízes e cresce, até que um dia domina o nosso coração e, sem nos darmos conta, produz frutos amargos que nos afetam e contaminam tudo ao nosso redor.
Alimentar a amargura é construir uma prisão para si mesmo, onde pensamentos e sentimentos ruins continuam nos golpeando constantemente.

Não adianta tentar escondê-la, pois a amargura é uma ferida aberta que nunca cicatriza; quando menos se espera, a dor começa incomodar, nos impedindo de viver em paz.
Só existe um antídoto capaz de conter a amargura: o perdão.

Quando nos recusamos a perdoar, ficamos presos a lembranças que nos impedem de seguir em frente. Não importa a dor que sofremos ou quem nos feriu, se não houver perdão, continuaremos regando a árvore da amargura, permitindo que ela cresça e envenene nossa vida.
Cristo nos perdoou, sem que merecêssemos. Nós somos chamados a estender essa graça aos outros como testemunho vivo de Deus em nós.
Perdoar não muda o passado, mas transforma o nosso coração e nos permite viver em paz.

 

“Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus, que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos”.  (Hebreus 12:15)

 

Oração:

Pai, eu oro para que a semente do teu perdão germine em meu coração, que um ciclo de cura e restauração aconteça dentro de mim através do teu Espírito, e que eu escolha todos os dias o caminho de paz e liberdade que o perdão oferece.

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Fernando Bochio é pastor há mais de 35 anos. Professor de Teologia, conferencista, consultor internacional para organizações cristãs, atua também no mentoreamento e coaching de pastores e lideres. Pr. Fernando é o responsável pelo Ministério Razão Para Viver – RPV – no Brasil e para países de Língua Portuguesa. O Razão Para Viver integra o Insight for Living, Ministério Internacional do Dr. Charles R. Swindoll, que tem o compromisso com a excelência na comunicação da verdade bíblica e sua prática. Fernando e Ieda Bochio são casados há 38 anos e juntamente com seus filhos estão fortemente engajados com o fortalecimento de igrejas e organizações cristãs.