“O Senhor vê os caminhos do homem e examina todos os seus passos. As maldades do ímpio o prendem; ele se torna prisioneiro das cordas do seu pecado”
(Provérbios 5:21,22)
Quando escolhemos desobedecer aos princípios divinos e agir segundo o nosso próprio entendimento, a paz inevitavelmente se desfaz. Ao desafiar a vontade do Deus vivo e resistir à Sua autoridade, nossa alma se torna inquieta. Aos poucos, relacionamentos são afetados, planos se desmoronam e a vida parece escapar do controle. Mas não podemos ignorar a misericórdia do Senhor. Ele é perseverante em lidar com Seus filhos e não nos deixará acomodados no erro.
“Lord Byron foi um dos mais importantes poetas ingleses. Ele ficou famoso não apenas por sua poesia, mas também por sua vida intensa e turbulenta. Memorizei uma declaração dele em uma de suas obras mais célebres — A Peregrinação do Filho Haroldo — que considero particularmente penetrante e apropriada. Nela, ele escreve: ‘Os espinhos que colhi são da árvore que plantei. Eles me rasgaram, e eu sangro. Eu deveria saber que fruto brotaria de tal semente. As sementes que se plantam crescem e, muitas vezes, produzem espinhos feios e traiçoeiros. Crescem a tal ponto que nos mordem, picam, ferem e infectam. Deus usa esses espinhos para nos colocar de volta no caminho certo. Por quê? Porque Ele tem ciúmes de nossas vidas. Ele sente falta do relacionamento próximo que tinha conosco.’”
Deus é paciente? Sim. Ele é amoroso? Sem dúvida. É misericordioso? Sempre. Mas também é um Deus zeloso, cuja longanimidade tem um limite.
Nas Escrituras, tanto no hebraico quanto no grego, a palavra traduzida como ‘ciúmes’ aponta para zelo, exclusividade e fidelidade na aliança; bem diferente do ciúme possessivo que conhecemos nas relações humanas. Trata-se de um zelo santo. Deus não é inseguro, mas nos ama com intensidade e deseja que permaneçamos fiéis a Ele, porque sabe que somente assim experimentaremos a plenitude da vida que Ele nos oferece.
Davi escreve no Salmo 32:4: “Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca”
Antes de trazer transtornos e estresse, a rebeldia começa com pequenas atitudes carnais. Pode acontecer com adultos, com adolescentes ou crianças. O primeiro pensamento diz: “Eu quero as coisas do meu jeito” – esta é uma atitude de egoísmo; o segundo pensamento diz o seguinte: “Não vou desistir até conseguir” – esta é uma atitude de teimosia; o terceiro: “Não me importa a quem isso machuca” – esta é uma atitude de indiferença; o quarto pensamento: “Eu me recuso a ouvir conselhos” – esta é uma atitude de resistência. Ou seja, “eu sei que Deus tem algo a me dizer, mas não quero ouvir”. E, finalmente, o quinto pensamento: “Não estou preocupado com as consequências” – esta é uma atitude de desprezo. Essas são as palavras de uma pessoa rebelde, que começou plantando pequenas sementes de desobediência que vão se tornar falta de paz, e podem levar a uma realidade de miséria pessoal.
A pessoa rebelde busca liberdade, mas logo descobre que está presa. Ela quer fazer tudo à sua maneira, mas acaba enredada pelas consequências inevitáveis de suas escolhas. A rebeldia, na verdade, resulta em uma escravidão inescapável: as ‘cordas’ de sua própria desobediência se enrolam em si mesma, prendendo-a de maneira inevitável. Mas Davi nos lembra, no Salmo 32:5-7: ‘Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: “Confessarei as minhas transgressões ao Senhor”, e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Portanto, que todos os fiéis orem a ti enquanto podem ser encontrados; quando as muitas águas se levantarem, elas não os atingirăo. Tu és o meu abrigo; tu me preservarás das angústias e me cercarás de canções de livramento.’
A saída da rebeldia está na confissão e no arrependimento, que nos conduzem à misericórdia de Deus. Ao nos rendermos a Ele, encontramos abrigo, proteção e a paz verdadeira que só Ele oferece.
Oração:
Senhor, ajuda-me a me render à Tua vontade. Que eu possa encontrar em Ti abrigo, proteção e a paz que só Tu podes nos dar. Guia-me em Teus caminhos e enche nosso coração do Teu amor restaurador. Amém.